Processo de produção de um roteiro para cinema
Um dia... melhor, por 20 anos da minha vida eu não sabia isso. Até que então eu caí na real e falei, “vamos aproveitar todos os momentos, sejam eles bons ou ruins”. E de repente, nasce um Godard na minha cabeça. Mas como pode trabalhar tão bem?
Um filme uma vida::
Ao sentar no sofá, sonhou por 7 segundos e achou que era verdade. Pega o lápis e anota. Acho que vai começar um roteiro, desses para cinema.
Uma ideia na cabeça e... o que falta? Criatividade, vontade, tempo, dinheiro?
O fato é que Godard não precisou de “Roteiro” bem definido para conduzir o seu À bout de souffle ( “O Acossado”, para os mais leigos). Diz a lenda que ele escrevia as cenas de manhã para filmá-las a tarde. Quando eu falar com ele eu te conto se é verdade ou não, tá?
O roteiro é a peça chave do filme. Um tanto clichê essa frase, mas acredita-se que é ali que está todo o filme. Essa criação das cenas, falas, rubricas, é interessante. As partes do cérebro se ativam simultaneamente, produzindo um efeito multitemático na sua cabeça. Ao mesmo tempo em que você monta as falas, você imagina a cena, caracteriza os atores, ambiente, som, luz, e não deixa de pensar na edição.
Mas uma reflexão é importante. Para quem eu estou fazendo este filme?
Aí é que entra um dilema para os diretores. A sua obra às vezes para não ser percebida pelo público? É claro, se você é uma artista independente, tudo bem vai nessa que a sua ideia é ótima. Agora, se você quer ganhar dinheiro com esse roteiro, esqueça.
*O cinema comercial pode até ser enganoso. Por exemplo, o recente filme estrelado por Silvester Stalone arrecadou mais de 16 milhões de dólares e lidera as bilheterias norte-americanas. Um roteiro grosteco, mas arrecadou o quintúplo do que um filme nacional...
O mais difícil também pode consistir em usar as palavras certas nesse roteiro, é preciso saber amarrar bem o texto, para que fique desconexo, sem sentido. Lembre-se, o que é claro para mim pode não ser para você. Isso envolve muita perspicácia do diretor.
Assim como a montagem de todo o filme, eu pensava que dava para fazer em duas pessoas, mas é realmente difícil de se entender. Aqui e ali saem burburinhos sobre roteiros, atores, locações, figurinos, que devem estar de acordo com quem, é claro com o roteiro.
Fazer um roteiro é como escrever uma vida. Brincar de Deus, montar pessoas que não existem, cenas que se formarão, ambientes, persolnalidades...
Mas o que encanta é que nesse roteiro de vida, podemos imprimir a nossa visão, a mais bonita de todas!
por Viviane Prestes